As universidades costumam nos preparar para sermos parte de empresas onde Engenheiros e Tecnólogos implementem melhorias de processo ou apliquem seus conhecimentos para desenvolver novos produtos. Enquanto fui aluno da universidade só ouvia falar em grandes empresas, como Renault, Volvo, Petrobras… Enfim, este era o sonho plantado (e que sonho!) pelos nossos docentes e acredito que pouco mudou pois entrevisto candidatos até hoje que também desconhecem o exato sentido desta função. Escrevo aqui sobre um outro lado que jamais tinha ouvido falar e que sigo fazendo nos últimos 14 anos = Engenharia de Vendas.
Trata-se de um vendedor sim, ele segue métricas como todo vendedor: carteira de clientes, crescimento, pulverização, meta, margem, comissão, etc. Mas a grande diferença é a carga técnica que os produtos e serviços demandam, exigindo então alguma formação na área para ter o melhor entendimento das soluções que oferta e se manter atualizado frente a tudo que envolve seu portfólio. Isso é desafiador, pois o volume de novidades aumenta exponencialmente ano a ano. É um profissional que não pode parar no tempo pois é também tecnicamente que o seu cliente criará a confiança em te buscar quando necessário. Somos consultores técnicos dos nossos clientes na pré e pós-venda.
O Engenheiro de Vendas é o responsável direto pelo relacionamento com o cliente, mas também suporta todas as questões comerciais, técnicas, administrativas, logísticas, marketing, etc… É cobrar o escanteio e correr para a área fazer o gol. Esta função concentra muitas habilidades de exatas e humanas.
Rotina? Desconhecemos o que é isso. Em 1 dia lidamos com tantos assuntos e com tantas pessoas diferentes que é simplesmente impossível imaginar, é muito dinâmico e multidisciplinar.
Tem que gostar de gente e conseguir que elas gostem de você, isso fará a diferença entre o vendedor chato e o consultor que somos. Tem que ser resiliente porque o NÃO é palavra muito frequente. Tem que ser ágil porque o cliente não pode esperar. Você faz seu dia, seu escritório por muitas vezes será seu carro, a lanchonete, o posto de gasolina. Tem que fazer acontecer, faça chuva ou faça sol.
Temos a missão de converter o relacionamento que criamos com nossos clientes em números para nossa empresa. Somos motores importantes nas empresas que trabalhamos, geramos novas demandas à serem fabricadas e então novos produtos surgem, ainda mais modernos e lá estamos nós outra vez, aprendendo internamente para repassar a mensagem para nosso cliente e assim todo o ciclo se reinicia.
Nestes 14 anos conheci muita gente e reencontrei outros tantos que dividiram cadeiras de curso técnico ou da faculdade. É uma função onde você não fica limitado a um escritório, um PC e um ramal de telefone. Você precisa vender! Isso exige estratégia, planejamento, administração e muita, muita ação!